terça-feira, 22 de junho de 2010

Deus Criou a Mulher

Deus chamou o seu anjo querido, e lhe apresentou o modelo de mãe. O anjo não gostou do que viu:
- O Senhor tem trabalhado muitas horas extras, já não sabe mais o que está fazendo – disse o anjo. – Olha só! Beijo especial que cura qualquer doença, seis pares de mãos para cozinhar, lavar, passar, acariciar, segurar, limpar! Isso não vai dar certo!

- O problema não são as mãos – respondeu Deus – São os três pares de olhos que precisei colocar: um que permita ver seu filho através de portas fechadas, e protegê-lo de janelas abertas. Outro para mostrar severidade na hora de dar uma educação sólida. E o terceiro para ficar constantemente demonstrando amor, ternura, apesar de todo o trabalho que ela terá!

O anjo examinou o modelo de mãe com mais cuidado:
- E isso aqui, o que é?

- Um dispositivo de auto-cura. Ela não terá tempo de ficar doente, vai ter que cuidar do marido, dos filhos e da casa.
- Acho melhor o Senhor descansar um pouco – disse o anjo. – E voltar para o modelo normal, com dois braços, um par de olhos, etc.

Deus deu razão ao anjo. Depois de descansar, transformou a mãe numa mulher normal. Mas alertou o anjo:
- Precisei colocar nela uma vontade tão grande, que se sentirá com seis braços, três pares de olhos, sistema de auto-cura. Ou não será capaz de dar conta da tarefa.

O anjo examinou-a de perto. Desta vez, em sua opinião, Deus tinha acertado. De repente, notou uma falha:
- Ela está vazando. Acho que o Senhor, de novo, colocou muita coisa neste modelo.

- Não é um vazamento. Chama-se lágrima.

- Serve para quê?

- Para alegria, tristeza, desapontamento, dor, orgulho, entusiasmo.

- O senhor é um gênio – disse o anjo. Era justamente o que estava faltando para o modelo ficar completo.

Deus, com um ar sombrio, respondeu:
- Não fui eu quem colocou. Quando eu juntei as peças, a lágrima apareceu.

Mesmo assim o anjo deu parabéns ao Todo-Poderoso, e as MÃES foram criadas.
(Angeles Mastretta – Adaptação: Maurício de Sousa in “O Gênio e as Rosas e outros contos”)

Este conto sempre me faz rir após lê-lo para meus filhos. Lembro com bastante carinho de muitas situações que vivi e vivo ao lado deles, com este conto. È incrível como nós mulheres conseguimos assumir todos os papéis selecionados pela sociedade, pela vida, por Deus e por nós mesmas.

São tantas atribuições diárias, maternas, domésticas, amorosas, profissionais e pessoais as quais precisamos executar, que muitas vezes tenho que concordar com as palavras de Anne Morrow Lindbergh em “Presente do Mar”. Nós mulheres esquecemos que precisamos de solitude. Precisamos nos encontrar interiormente, precisamos de nós mesmas e de estarmos sós. Não por que cansamos das nossas tarefas e compromissos. Ou, porquê queremos ficar distantes dos que amamos e convivemos. Mas, porquê precisamos de autoconhecimento. Pois, o ser humano, seja ele homem ou mulher, evolui com o passar do tempo e precisa estar só consigo mesmo para se reencontrar. Para perceber tal evolução, para aprender a começar de novo e saber contar consigo.

As mulheres se envolvem em seus compromissos e vão deixando para depois este momento tão especial que é o seu momento consigo mesma. Acabamos encontrando momentos para o marido, filho, amigos, trabalho, a igreja, a sociedade, a casa e nunca para nós mesmas.

Envolvemos-nos na parte supérflua da vida e esquecemos-nos da parte simples, ou a mais importante. Pois a vida é feita de amor, e este é na sua mais profunda essência completamente SIMPLES! Ou seja, o amor pode ser entendido como o amor que Deus nos ensinou, um amor puro e simples é tudo o que Ele nos deu. Então não temos muito o que questionar, precisamos apenas aprender a amar desta forma.

Como Lindbergh coloca em seu livro, “ ...Quero uma simplicidade no olhar, uma pureza nas intenções e um núcleo central para minha vida que me permita realizar minhas obrigações e atividades da melhor forma possível. ...“ Porém, de forma simples e completa. Cheia de mim, da minha essência e dos meus amores. Não deixando prender-me pelos detalhes, nem pelos defeitos dos outros. Quero PAZ e FELICIDADE.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Por que um presente da vida?





Um dia você percebe que conquistou algo maior que um simples aumento de salário ou a compra de um bem. Você percebe que conquistou mais uma chance de continuar vivendo. Uma oportunidade da vida ou um presente de Deus, você não sabe o que fez para merecer. Não sabe se é especial ou se há uma missão no mundo para você.

Tudo o que você compreende é que há um recomeço para sua vida esperando por você neste momento. E que é preciso um novo olhar para poder seguir em frente. As pessoas que você ama são tudo o que interessa e vale apena.

A vida se divide em duas partes: a parte que tem importância e a que é apenas passageira. Passamos, então, a viver na busca por paz e felicidade. Você pode questionar que a humanidade já vive na buscando por isso. O que muda para mim, é apenas o conceito de felicidade. Passamos a nos prender em detalhes mais simples, a vida se torna mais simples.

Surge a necessidade de valorizar coisas que antes estavam sendo esquecidas. É como ir à praia, você não precisa de muita roupa para se mostrar, não precisa de muitas pessoas para aproveitar tudo de bom que a natureza te oferece naquele momento, não precisa de carro, moveis, objetos caros, telefone, música ou dinheiro. Tudo o que você precisa o mar te oferece.

O som emitido pelas ondas é mágico e acompanhado pela dança das ondas, pode proporcionar a você um momento inexplicavelmente prazeroso. Um sentimento de paz infinito preenche seu ser, como se tudo aquilo fosse suficiente para continuar vivendo.

A vida, em sua forma mais simples, abriu seus braços para mim e me proporcionou esta segunda chance. Neste espaço pretendo dividir com vocês os meus sentimentos em relação a minha experiência.